quinta-feira, 21 de julho de 2011

Políticas Públicas e Promoção da Igualdade


A mulher ao longo da história foi e ainda é vítima de violência, discriminação e em muitos casos são tidas como objetos sexuais, como no caso das mulatas exportação, principalmente a mulher negra.


MULATOS E MULATAS EXPORTAÇÃO - mulata, mulato – nome usado para defnir a mestiça/o mestiço flho/a de pessoas pretas e brancas. Mulo – flho da jumenta e do cavalo. Em 1970 surgem as Mulatas do Sargentelli. Ele comandava shows com mulatas seminuas, dirigidos para o público estrangeiro. Viajou com as mulatas pelo mundo, fortalecendo a identifcação e a imagem das mulheres negras e brasileiras com disponibilidade para o sexo.


MÃE PRETA- eram assim chamadas porque cuidavam e amamentavam os flhos dos senhores. Eram as escravas domésticas, escolhidas entre as melhores, para lidar principalmente com as crianças da casa grande. Eram mulheres também castigadas e exploradas sexualmente. Muitas vezes cometiam aborto, para que seus fIlhos não fossem escravos. Sobre o papel de mãe preta, Lélia Gonzalez cita, ironicamente, Caio Prado Jr. e Gilberto Freyre: “A única colher de chá que dá pra gente é quando fala da‘figura boa da ama negra’, de Gilberto Freyre, da ‘mãe preta’ da ‘bá’ [...] Nessa hora a gente é vista como fgura boa e vira gente” (Gonzalez, 1983: 235).




RACISMO – É uma doutrina que já teve estatuto de teoria científca, mas que, mesmo tendo sido amplamente contestada pela ciência contemporânea, continuou vigorando como senso comum. Uma das características do racismo é justamente ser uma doutrina, ou seja, um tipo de conhecimento que se mantém pela repetição, ignorância e preconceito, mas que guarda pretensões de se apresentar como conhecimento objetivo, supostamente sustentado na natureza das coisas.



MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES- A Marcha Mundial das Mulheres – MMM nasceu em Quebéc, Canadá, em 2000, como um movimento que articula ações locais, nacionais e internacionais em torno de uma agenda radical anticapitalista e antipatriarcal. A estratégia é fortalecer a auto-organização das mulheres e sua participação em movimentos sociais, para a construção de um projeto que incorpore o feminismo e as mulheres como sujeitos políticos. As mulheres participam de caminhadas, debates e mobilizações contra a pobreza, a violência e toda forma de discriminação, por mudanças na política econômica, reforma urbana, direito a terra, legalização do aborto.
Em 8 de março de 2005, em São Paulo, aconteceu a maior manifestação feminista no Brasil, com o lançamento da Carta das Mulheres para a Humanidade, contendo as posições e as visões da Marcha, com mais de 30 mil mulheres. No dia 12 de março principiou o caminho da Carta pela América do Sul, com mais de 3 mil mulheres, dando início à jornada mundial do documento da Marcha, que viajou pelos continentes, mobilizou outras mulheres, outras culturas. Foi possível unir e conversar com mulheres que por muito tempo viveram separadas pela guerra e pelas disputas territoriais, superando obstáculos e construindo solidariedade e ação internacional. O processo foi encerrado em 17 de outubro, quando os comitês estaduais brasileiros organizaram ações locais de 24 horas de solidariedade feminista, em Parintins (AM), Belém (PA), Campo Grande (MS), Natal (RN), Mossoró (RN), Touros (RN), Quixadá (CE), Recife (PE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Belo Horizonte (MG), São Paulo (capital e cidades do interior), Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul (região das Missões, Santana do Livramento e Cerro Largo). As mulheres saíram de suas casas, fecharam bancos, abraçaram ministérios, montaram feiras de economia solidária, passeatas, atos, colagens e panfetagens, cantando e mostrando que o mundo pode ser diferente.
A Marcha propõe-se a trabalhar com a formação das mulheres em temáticas da economia feminista e outras temáticas, para a intervenção na conjuntura em sindicatos, movimento estudantil, movimento de agricultoras, de mulheres sem-terra, desem pregadas, em pastorais, em bairros. Valoriza o salário mínimo como forma de distribuição de riqueza para as trabalhadoras e luta contra o neoliberalismo e a exploração capitalista sobre o corpo das mulheres. Estas denunciam e lutam contra a violência doméstica, urbana ou rural, a violência das cidades, do tráfico, do crime organizado, dos capangas a serviço do latifúndio ou da polícia que discrimina jovens negros/as, propondo outra integração para a América Latina.
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar a terceira ação internacional, com o tema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, discutindo bem comum e serviços públicos, paz e desmilitarização, autonomia econômica e fim da violência contra as mulheres. No Brasil, a Marcha vai percorrer entre 8 e 18 de março o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres de todo o país que marcharão pela manhã e realizarão atividades de formação à tarde.

Assista o vídeo e conheça mais sobre a Marcha das Mulheres.
http://www.youtube.com/user/mulheresemmarcha


ABOLIÇÃO FORMAL DA ESCRAVIDÃO- A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel, extinguindo formalmente a escravidão no Brasil. Esse foi o final de um processo que começou com a proibição internacional do tráfco negreiro entre a África e o Brasil sob a pressão da Inglaterra. Com o fm do tráfco e o livre mercado de trabalho despontando no horizonte, o governo brasileiro tomou medidas para impedir o acesso dos/as ex-escravizados/as a terra, mantendo a mão-de-obra reprimida e alijada de seus meios de produção.




RACISMO COTIDIANO - Poderíamos acrescentar a este o “sexismo cotidiano”. Segundo a acadêmica feminista Philomena Essed, o “racismo cotidiano” é defnido nos seguintes termos: Em nossa vida cotidiana, as distinções sociológicas entre o “institucional” e o “interacional”, entre ideologia e discurso, e entre as esferas da vida “privada” e “pública” confuem e formam situações e relações sociais complexas. O critério crucial para distinguir racismo do racismo cotidiano é que o último envolve somente práticas familiares sistemáticas e recorrentes. O fato de que isso se refere às práticas repetitivas indica que o racismo cotidiano consiste de práticas que podem ser generalizadas. Porque o racismo cotidiano se confgura em práticas rotineiras, isto envolve comportamentos e atitudes socializadas. Finalmente, sua natureza sistemática indica que o “racismo cotidiano” inclui instâncias cumulativas (Essed, 1996: 3).

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