sábado, 8 de outubro de 2011

A FIGURA DA MULHER NAS TIRAS DE JORNAL

Pessoal, achei incrível esse trabalho que encontrei na internet e queria compartilhá-lo com vocês, segue link abaixo do trecho para que quiser lê-lo na íntegra, muito interessante, além da personagem Aline, que foi adaptada para a TV, no seriado Aline, tenho certeza que viram. Tem também outros exemplos como Helga e Mulheres Alteradas, confiram lá, fiquem a vontade para dar a opinião de vocês:



Por que estudar o discurso feminino nas tiras de jornal? As tiras apresentam recursos
lingüísticos próximos da linguagem oral, as falas são curtas, informais, espontâneas, além de as personagens se expressarem também através de gestos, expressões faciais, a produção de sentido que podemos estabelecer através da análise do texto e da imagem (o verbal e o não-verbal). No estudo das tiras, analisar texto e imagem é imprescindível para a construção do sentido. Os recursos paralingüísticos, como mudança de grafia para realçar uma palavra ou sentimento também são importantes suportes ao estudo das tiras.
A figura feminina está em crescente ascensão no mundo social, político e cultural. A participação das mulheres na construção do mundo contemporâneo é cada vez mais reconhecida e valorizada. Nas HQs e nas tiras de jornal é crescente o número de personagens femininas que representam e/ou buscam representar a consciência, os anseios, o comportamento, os preconceitos, o trabalho, a família, enfim, a nova mulher.

Aline, de Adão Iturrusgarai, é uma jovem adolescente que trabalha, é independente, mora com dois namorados e tem um comportamento típico de homens. Ela sempre fala o que pensa, faz o que quer e com quem quer. Seus namorados, Otto e Pedro são obrigados a aceitar seu comportamento, pois é ela quem os sustenta. Eles têm, como se pode notar, papéis femininos nas histórias.


As tiras de Aline são seqüenciais, apresentam uma história dividida em capítulos às vezes diários ou com espaço temporal de uma ou duas semanas. Os temas exploram questões comportamentais das mulheres mais jovens, hoje vistos com mais “naturalidade” e considerados normais nos dias atuais, como: a liberdade sexual, a mulher como chefe da casa (financeira e emocionalmente), crença em extraterrestres, trabalho em sex-shops, etc.
Os traços dos desenhos são próximos aos da caricatura que realçam algumas características das pessoas, não são definidos e parecem desenhos de adolescentes representando a si mesmos.

Na tira selecionada( :http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/125-2.pdf) temos Aline como balconista de um sex-shop. Na solução encontrada por Aline para resolver o problema de uma cliente, deixa claro que ela é uma garota ultramoderna e participa de um novo estilo de comportamento sexual em que não

há qualquer tipo de regra moral.





O papel que Aline exerce nas tiras provavelmente teria vida curta se fosse protagonizado por um homem, pois seu comportamento seria compatível com o público masculino e, por haver semelhanças, não haveria reflexões e questionamentos sobre os valores comportamentais abordados. Na tira em estudo, observamos três palavras destacadas: monótona, apimentar, idéia(esta, proferida por Aline). Na sociedade com ideologia patriarcal em que ainda vivemos, estas palavras fazem parte do universo masculino que se considera sempre o controlador da situação e o iniciador da ação. Mas, apesar de o criador colocar personagens femininas em papéis tradicionalmente “masculinos”, emprega artifícios com apelo erótico ao desenhar no último quadrinho um homem com jeito comportado, passivo e sério em oposição às duas mulheres que chegam alegres. Aline já está seminua, o que sugere que a idéia que ela teve foi de fazer sexo a três (desejo muito comum entre os homens). Quando a mulher chega ao sex-shop e pergunta à Aline o que ela poderia levar para apimentar a relação com o marido, Aline (nas tiras, símbolo de mulher livre e auto-suficiente) se coloca à disposição como ela fosse um objeto. Podemos deduzir que Aline, na verdade, foi colocada como uma mulher leviana ao se posicionar como instrumento de prazer e ficar feliz com isso.



Link: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/125-2.pdf

Postado por Jane Ribeiro Lima

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