terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Simplesmente Fantástico, Parabéns TAM !



Aconteceu na Tam, pessoal, é verídico !!!

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
'Qual o problema, senhora?', pergunta a comissária..
'Não está vendo?' - respondeu a senhora - 'vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'
'Por favor, acalme-se' - disse a aeromoça - 'infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar na classe econômica. Temos apenas um lugar na primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
'Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...'
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.
Se você é contra o racismo, divulgue...
'O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons...'

" Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos ainda haverá guerra."

Por: Maria Aparecida Sudario de Souza Bautz

A INVISIBILIDADE DO RACISMO

Mensagem de Lázaro Ramos, ator e embaixador do UNICEF no Brasil



Estou muito feliz e orgulhoso por participar dessa campanha do UNICEF que demonstra claramente o impacto do racismo na infância. É importante chamar atenção de toda a sociedade para um problema invisível para muitos, mas muito real para quem sente, de verdade, na própria pele os efeitos dele.

Crescemos numa sociedade na qual virou lugar comum dizer que o brasileiro não é racista, posto que é um povo multicolor, fraterno e cordial; e que os problemas são de ordem social e financeira apenas. Entretanto, essa campanha inovadora do UNICEF traz luz aos indicadores oficiais que não nos deixam dúvidas. O racismo é real! Existe dolorosamente para milhares de meninos e meninas indígenas e negros.

Esse racismo não se revela apenas no constrangimento imposto, muitas vezes de forma dissimulada, às nossas crianças. Ele se mostra num aspecto ainda muito mais cruel, que é o de violar e impedir que as crianças e os adolescentes realizem os seus direitos de viver, aprender, crescer e se desenvolver plenamente.

Parabéns, UNICEF, pela coragem e pela iniciativa. Essa atitude me deixa ainda mais orgulhoso, pois, se eu já tinha orgulho de ser embaixador do UNICEF, agora tenho mais ainda com a coragem e com o compromisso de vocês, e de todos os parceiros envolvidos, de fazer uma campanha como essa.

Espero realmente que a nossa sociedade possa, definitivamente, "enxergar igualdades num mundo de diferenças", para fazermos agora um mundo melhor para cada uma das nossas crianças e adolescentes.

Lázaro Ramos
Ator e Embaixador do UNICEF no Brasil

POSTADO POR: MARINETE DETTONI GOBBO E DAVINA NOGUEIRA NETA RICARDO

MULHERES EXTRAORDINARIAS...TODAS IGUAIS

A DESIGUALDADE É UM PONTO DE DISCUSSÃO CONSTANTE EM NOSSO PAÍS, E UM DOS MAIORES PROBLEMAS DE INJUSTIÇA AINDA NOS DIAS ATUAIS. OS ESTUDOS SOBRE AS DESIGUALDADES TEM SIDO INTENSIFICADO E NO QUE DIZ RESPEITO AO SOCIAL, TAMBÉM HÁ UMA BUSCA POR UM ENTENDIMENTO REAL SOBRE IGUALDADE, E ENTENDIMENTO DE UMA SÓ RAÇA.

POSTADA POR MARINETE DETTONI GOBBO

domingo, 11 de dezembro de 2011

O que é discriminação racial?

Discriminação racial é qualquer restrição ou preferência fundadas na raça, cor descendência ou origem nacional ou étnica que tenham por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública.


Somos diferentes na cor, porem somos todos iguais!

Postado por: Davina Nogueira Neta Ricardo

A Marcha das Margaridas

A Marcha das margaridas é uma ação estratégica construída e consolidada pelas mulheres trabalhadoras rurais, do campo e da floresta para combater a fome, a pobreza, a violëncia sexista e construir um país com justiça, paz e igualdade de gënero.Esta marcha das mulheres trabalhadoras rurais, que reúne cerca de 50 mil trabalhadoras rurais do país inteiro, recebeu o nome de Marcha das margaridas em homenagem á ex-líder sindical, Margarida Maria Alves, assassinada em 1993 por latifundiários na paraíba. Margarida foi morta porque incentivava os trabalhadores e as trabalhadoras rurais a buscarem na justiça a garantia de seus direitos.Promovia campanhas de concientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais para o cumprimento dos direitos trabalhistas, como carteira de trabalho assinada 13º salário e férias.o espírito de luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais encontrado em Margarida foi o principal motivo de seu assassinato. No entanto, o sonho de margarida não morreu.Suas pétalas se espalharam e florescem a cada dia. outras margaridas surgem e se multiplicam em um imenso jardim que diz não á violëncia contra as mulheres.

Postado por Marta Luzia Benfica

Mulheres donas da própria vida

Mulheres donas da própria vida-Viver sem violëncia é um direito das mulheres do campo e da floresta, é um projeto de educação popular para a não-violëncia.Com esta ação, o governo federal, em parceria com os movimentos sociais, reforça que a autonomia feminina é algo imprescindível, pois as mulheres são protagonistas da sua história e donas da própria vida. E viver sem violëncia, com respeito e dignidade, é um direito de todas as mulheres brasileiras do campo e da floresta.

Postado por Marinete Dettoni Gobbo

Baixo Guandu avança nas Políticas Públicas

Baixo Guandu avança nas Políticas Públicas, foi criado pela portaria n 504/2011 em 07 de novembro de 2011 a comissão para implantação do Sistema Municipal Unificado de Aviso e Notificação de Abuso Sexual, Violëncia Contra a Mulher e Maus-tratos contra crianças, adolescentes e idosos. A rede de enfrentamento a violëncia no município de baixo Guandu já está implantada, no dia 08/11/2011 consolidando mais uma etapa importante e dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos pela rede de atendimento ocorreu a capacitação de vários profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de setores diferenciados e das demais secretarias do município sobre o preenchimento e encaminhamento da ficha de notificação.Estamos contribuindo/participando desta etapa como profissional de saúde gestor e munícipe estando coordenadora deste projeto,sabemos que muito ainda temos que avançar.

Postado por Davina Nogueira Neta Ricardo

sábado, 10 de dezembro de 2011

sugestões de textos/atividades sobre cultura africana para serem trabalhadas em sala de aula

Uma coisa que observo na escola em que trabalho e também fora dela é o conformismo que pessoas negras tem, parece que acabam aceitando serem tachadas de inferiores, se acostumam com a ideia do racismo, muitas vezes até dizem, “sempre foi assim e a vai continuar sendo, eu é que não tive sorte de nascer branco”. Colocam a culpa no acaso, no destino....
Aproveitando a Semana da consciência Negra, levei esse debate aos meus alunos, apesar de achar que não é apenas no dia, ou Semana da Consciência negra que devem ser debatidos, pois bem trabalhamos em sala de aula textos que valorizam a cultura africana e em hipótese alguma inferioriza a cultura africana, segue abaixo alguns contos africanos que trabalhamos na semana, primeiro levei uma texto introdutório muito interessante:

Dia da Consciência Negra


Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

Importância da Data

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.
Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de
Semana da Consciência Negra.
Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos. Fonte: www.educacao.cerquilho.sp.gov.br/educacao.html ; www.infoescola,com.br

Achei pertinente esse texto para trabalhar a data, principalmente esse trecho que ganaham relevência também na hora do debate: “Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais.”
Após esse trabalhamos também alguns contos africanos:

Objetivo: interpretar informações lidas em um texto, fazer comparações entre versões de uma história sobre um ponto em comum, respeitar diferenças culturais e compreender a importância de praticar boas atitudes.

AS BELAS FILHAS DE MUFARO
UM CONTO AFRICANO

‘As Belas Filhas de Mufaro’ é um livro que costuma ser descrito com uma variação Africana de Cinderela e tem uma história bem parecida – quando o príncipe se apaixona por ela, parece não saber mais nada além do fato de que é uma bela moça.
Esta versão de Cinderela é considerada infinitamente superior ao conto que estamos acostumados. Nesta versão do autor John Steptoe, Mufaro, homem residente em uma vila africana, tem duas filhas a quem todos consideram muito bonitas. A diferença entre elas é muito grande. Manyara tem um péssimo temperamento e é egoísta ( quando não está perto da mãe ) e Nyasha é bondosa e costuma considerar muito as pessoas e os animais.
Quando Mufaro recebe um convite do Grande Rei convidando a todos para aparecer diante dele para que possa escolher sua futura esposa, Mufaro decide que ambas as filhas devem ir ver o Rei.
Manyara acredita ser mais bela do que a irmã e vai sozinha até o Rei para que possa ser apresentada antes da irmã. No trajeto, as irmãs encontram, cada uma a seu tempo, três estranhos: um menino, uma senhora e um homem com uma cabeça embaixo de seu braço. Todas fazem pedidos às irmãs, mas enquanto Manyara as ignora, Nyasha é sempre atenciosa e ajuda no que pode. Quando chegam à cidade, encontram ainda uma grande serpente muito triste. Manyara a ignora e Nyasha canta uma linda canção ao animal. Ao final, a serpente era, na verdade, o Rei disfarçado.
O Rei escolhe Nyasha para ser sua rainha, mas não por causa de sua beleza estonteante e sim porque secretamente conseguiu presenciar sua bondade e generosidade – além da avareza da irmã durante o trajeto. Ele acaba escolhendo uma boa pessoa e não apenas uma menina bonita.
Lição da história: ser bondoso e agradável é muito melhor do que ser frio e egoísta.

Interpretação

1. Quais são as personagens principais da história?

2. Por qual motivo Mufaro recebeu um convite do Grande Rei?


3. O que acontece às irmãs durante o caminho até o Grande Rei?

4. Como o Grande Rei fez para conhecer melhor as belas candidatas a serem sua futura esposa?


5. Por qual motivo você acha que esta história pode ser considerada como a Cinderela Africana?


6. A vida de Nyasha certamente mudou bastante ao se casar com o Grande Rei e ela deve ter sido uma ótima rainha. Imagine como Nyasha sentiu as mudanças e escreva abaixo três perguntas que você faria a ela caso fosse entrevistá-la. Escreva as respostas de acordo com os indícios de personalidade que você tem da moça:


7. ‘As Lindas Filhas de Mufaro’ é ambientado no Zimbabwe, uma país africano. Os próprios nomes das personagens são muito diferentes dos nomes que estamos acostumados. Embora o texto traga apenas uma ideia da história, podemos supor que durante a leitura possam ser identificados outros elementos que são diferentes dos que estamos acostumados, pois são de outra cultura. Quando pensamos em um país tão distante, podemos imaginar muitas riquezas culturais.
Quais diferenças de cultura você acredita que haja entre a sua e a das pessoas que vivem no Zimbabwe?

8. Reescreva a história usando suas palavras, mude os nomes dos personagens, o final, enfim use sua criatividade e redija uma bela história.

Outro também:


NOME: ____________________________________________________
DATA: _____________ PROFESSORA: _______________________
Objetivo: conhecer mais acerca da culinária africana, aprendendo a respeitar costumes e compreendendo diferenças étnicas e culturais.
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CONSCIÊNCIA CULINÁRIA

1. Leia o texto a seguir:

Nojo através do globo – África

Em visita aos massai, na África, você pode compartilhar de uma tradição antiga deles. Por lá eles não acham graça alguma nessa história de milk-shake, mas adoram um shake de sanguinho. Os caras usam um canudão para drenar um pouco do sangue do pescoço de um bicho vivo, depois misturam o líquido vermelho com leite e mandam ver. O perigo é alguém como você confundir aquilo com milk-shake de morango.
Já os povos que vivem no deserto costumam comer praticamente tudo do camelo, de uma ponta à outra. A parte mais saborosa, dizem, é a corcova, mas a mais valiosa é a pata, que eles fazem junto com um pouco de leite de camela.
Se você preferir, pode desembarcar no Zimbabue para degustar do pequeno impala, que por lá é servido cozido num molho cremoso. Outra opção é encarar esse antílope de carne meio doce depois de bem grelhado.

( Fátima Mesquita, Almanaque de Baratas, Minhocas e Bichos Nojentos )

Atividades

1. Os alimentos citados no texto são típicos de países africanos, portanto muito apreciados. Sendo assim, por que o título principal é ‘Nojo através do Globo’?
R: ____________________________________________________________
_______________________________________________________________

2. Quais são os alimentos e lugares citados?
R: ____________________________________________________________
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3. Explique o significado das seguintes palavras, utilizando como recurso um dicionário:
a. Drenar: _____________________________________________________
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b. Corcova: ____________________________________________________
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c. Impala: _________________________________________________
_______________________________________________________
d. Degustar: _______________________________________________
_______________________________________________________

4. Explique como os massai fazem para drenar o sangue de animais vivos:
R: ________________________________________________________
__________________________________________________________

5. No Brasil, há algum alimento que você não comeria por considerar nojento? Qual?
R: ________________________________________________________

6. Leia o texto a seguir, sobre comidas brasileiras de influência africana:

Não há nada mais gostoso que a comida brasileira. Pode parecer exagero, mas a alimentação brasileira tem uma riqueza incrível, pois sua origem é uma mistura de tradições indígenas, europeias e africanas.
A contribuição indígena foi grande, mas foram os africanos que contribuíram mais com nossos hábitos alimentares. Os comerciantes de escravos traziam ingredientes desconhecidos e os escravos africanos, a memória sobre como usá-los. Aí estava o segredo.
Alguns escravos conseguiam criar animais ou cultivar uma horta, utilizando temperos especiais, como uma grande variedade de pimentas, para dar sabor especial aos seus pratos. O azeite de dendê foi uma importante contribuição, presente em receitas deliciosas como o caruru, o vatapá e o acarajé.
Além dos alimentos citados, os africanos ainda contribuíram com ingredientes importantes, como o coco e o café; sendo que não podemos esquecer que eles foram os responsáveis por um dos pratos mais apreciados no país: a feijoada.
( adaptado de educacao.uol.com.br )

7. Este segundo texto ‘culinário’ traz um outro lado da culinária africana, que se adaptou à cultura de nosso país. Quais alimentos citados no texto você conhece?
R: ____________________________________________________________
_____________________________________________________________

8. Os alimentos deste segundo texto, de certa forma, não são considerados nojentos. Por que o mesmo não ocorre com os alimentos citados no primeiro texto?
R: ____________________________________________________________

Ainda outro:

NOME: ____________________________________________________
DATA: _____________ PROFESSORA: _______________________
Objetivo: compreender valores humanos por meio de conto africano, bem como aprimorar a capacidade de interpretação de texto e refletir sobre questões cotidianas.

O HOMEM LEOPARDO

Um belo estranho chegou, certo dia, em um vila e caminhou por entre os moradores em misterioso silêncio. Todas as jovens o admiraram e desejaram que fossem escolhidas como sua noiva. Ele nada disse e, após algum tempo, foi em direção à floresta, onde desapareceu da vista de todos.
Após um mês, o estranho retornou e uma das jovens ficou tão apaixonada pelo estranho que o seguiu para dentro da floresta, pois não suportaria ficar longe daquele misterioso e belo homem.
Quando o estranho olhou para trás e a viu, parou e pediu a ela que voltasse para sua aldeia, mas ela se recusou, afirmando que nunca o deixaria e o seguiria para onde quer que ele fosse.
- Você é uma linda jovem, mas certamente se arrependerá de sua decisão – disse o estranho de maneira muito triste.
Eles caminharam mais um pouco e o homem parou novamente, pedindo à jovem que retornasse. Ela respondeu da mesma forma e ele tornou a lhe dizer que se arrependeria.
Caminharam por entre lugares desconhecidos à jovem, até que finalmente alcançaram uma árvore, com uma pele de leopardo junto ao caule.
Debaixo da árvore, o estranho começou a cantar uma canção melancólica, na qual ele dizia a ela que, embora uma vez ao mês ele pudesse vagar por vilas e cidades em forma de homem, ele era na realidade um leopardo selvagem e a atacaria tão logo voltasse à sua forma natural.
Ao final da canção, ele foi sugado pelo chão e retornou, segundos depois, na forma de um leopardo feroz.
A jovem ficou tão assustada, que o medo lhe deu forças para conseguir correr mais rápido do que o leopardo. Conforme ele a perseguia, ele cantava juras de caçá-la e picá-la em pequenos pedaços e ela retrucava, também cantando, dizendo que ele nunca a alcançaria.
Eles correram por uma longa distância e subitamente a jovem chegou em um rio estreito, porém profundo, que ela não poderia cruzar. Ela já havia pensado que o leopardo a alcançaria, quando uma árvore do outro lado do rio ficou com muita pena da jovem e se dobrou por sobre o rio, de modo que ela pudesse atravessá-lo em segurança.
Finalmente, muito exausta, ela chegou à uma clareira na floresta e encontrou novamente seu vilarejo. O leopardo, desapontado com sua presa, retornou à floresta e o belo estranho nunca mais foi visto.
( conto popular nigeriano – traduzido por Janaína Spolidorio )

Atividades

1. Os contos africanos são divididos de acordo com sua intenção. Há contos de sabedoria, bondade, ciúmes entre outros. Geralmente, têm a intenção de ensinar algum valor humano, sempre com elementos da natureza. ‘O Homem Leopardo’ é um conto de obediência. Por que ele se enquadra neste valor humano?
Resposta: ______________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Por que você acha que o leopardo desejava vagar em vilarejos na forma humana?
Resposta: ____________________________________________________
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3. Por qual motivo ele ficou tão desapontado com sua presa?
Resposta: ____________________________________________________
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4. Por que você acha que elementos da natureza, como a árvore, receberam características humanas no conto?
Resposta: __________________________________________________
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5. Fale um pouco sobre o valor humano chamado obediência. Quando ele é necessário? É um valor bom ou ruim? Que mais pode ser falado sobre ele?
Resposta: ________________________________________________
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E esse:

NOME: ____________________________________________________
DATA: _____________ PROFESSORA: _______________________
Objetivo: compreender valores humanos por meio de conto africano, bem como aprimorar a capacidade de interpretação de texto e refletir sobre questões cotidianas.

POR QUE ANANSI TEM OITO PERNAS FINAS

Era uma vez, há muito tempo atrás, uma aranha macho chamada Anansi. A esposa de Anansi era uma excelente cozinheira, mas mesmo assim Anansi apreciava experimentar a comida feita por outras cozinheiras da vila.
Um dia, ele parou na casa da sra. Coelho que era muito sua amiga e logo disse:
- Que belas ervilhas você está preparando! – Anansi adorava ervilhas.
- Estarão prontas logo. Fique e coma comigo. – convidou sra. Coelho educadamente.
- Eu adoraria, mas tenho muitas tarefas a fazer hoje.
Anansi queria muito ficar, mas sabia de antemão que a sra. Coelho lhe daria coisas para fazer se decidisse ficar para comer. Como Anansi era esperto e queria muito as ervilhas, teve uma ideia:
- Já sei! Irei tecer uma teia e amarrar uma ponta em minha perna e outra no pote. Quando as ervilhas estiverem prontas, você poderá puxar a linha da teia e saberei que estão boas. Virei então correndo para comê-las!
Sra. Coelha pensou um pouco e considerou a ideia realmente boa, então concordou com Anansi.
Ao andar um pouco, Anansi sentiu cheiro de feijões e percebeu que alguns macacos o preparavam.
- Venha comer feijão conosco! – convidou um dos macacos – Estão quase prontos.
- Eu adoraria, Papai Macaco. – Anansi sugeriu a mesma estratégia que tinha usado com sra. Coelho aos Macacos, com medo de que lhe pedissem ajuda.
Os Macacos acharam a ideia boa e concordaram também. Anansi andou mais um pouco e sentiu cheiro de batata-doce. Avistou então uma toupeira preparando as batatas com mel.
- Venha dividir minhas batatas, senhor Anansi. Estão quase prontas e ficarão deliciosas.
Uma vez mais Anansi sugeriu o truque da teia, atando a teia ao pote como batatas. Seu amigo Toupeira achou boa a ideia e concordou.
Com cada animal que se encontrava, a história se repetia e, ao chegar na beira do rio, ele já tinha uma teia atada a cada uma de suas oito pernas. Ele achou sua ideia fabulosa e estava orgulhoso de si. Pensava qual das comidas ficaria pronta primeiro, quando sentiu uma puxada em uma das pernas. Tinha certeza de que era a teia da sra. Coelho, mas enquanto pensava, já sentiu mais outra e mais outra puxada. Em pouco tempo, sentiu em intervalos de segundos as puxadas seguintes, completando todas as oito. Era puxado dos dois lados de seu corpo, já que todos lhe chamavam pela teia. Puxavam suas pernas com tanto vigor, que Anansi acabou perdendo o equilíbrio e caindo no rio. Como as teias estavam molhadas, se retesaram, puxaram e comprimiram suas pernas, deixando-as extremamente finas, mas mesmo assim Anansi conseguiu se puxar dolorosamente até a margem do rio. Pensou melhor no que havia ocorrido e chegou à conclusão de que não tinha sido uma boa ideia.
Desde este dia, Anansi, a aranha, tem oito pernas muito finas e nunca mais pôde comer os mesmos tipos de alimentos.

( conto africano – traduzido e adaptado por Janaína Spolidorio )


Atividades

1. Por qual motivo Anansi não queria esperar que as ervilhas da sra. Coelho ficassem prontas?
R: ______________________________________________________
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2. Anansi achou que tinha feito um excelente negócio ao propor o mesmo acordo a vários animais. O que Anansi não havia previsto?
R: _______________________________________________________
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3. Como Anansi conseguiu se salvar de morrer no rio?
R: _______________________________________________________
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4. Embora seja um conto sobre animais, a história traz comportamentos humanos. O que você pôde aprender sobre o comportamento humano na história?
R: _______________________________________________________
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POSTADO POR JANE RIBEIRO LIMA

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

MÓDULO 3- Políticas Públicas e Raça - UNIDADE 1- A construção histórica da idéia de raça

Principais conceitos apresentados na unidade:

Raça- termo social, político, ideológico utilizado para se identificar a prática do racismo, pois do ponto de vista biológico, científico não existem várias raças humanas, mas apenas uma, a raça humana.

Etnocentrismo- pensamento pelo qual acredita-se que as categorias, normas e valores da própria cultura ou sociedade é melhor e aplicáveis a outra, ou seja, só o “meu” modo de viver é o correto e os outros têm que se render a mim e passar a viver a minha maneira pois o seu “modo” é errado.

Racismo- crença em que haja mais de uma raça humana e que essas raças sejam diferentes e uma superior a outra, baseando-se em diferenças biológicas dos seres humanos, como cor da pele por exemplo.

Racialismo- Ciências que tentam comprovar que a raça humana está subdividida em outras raças e algumas dessas “raças” são superiores a outras.

Antirracismo- Ações, movimentos e políticas que visam combater o racismo, a discriminação contra os diversos grupos humanos, objetivando uma sociedade igualitária onde as pessoas não sofram preconceitos por causa de origem étnica.

Colonialismo- Política pela qual uma nação domina outra nação ou território econômica, política e culturalmente.

Nazismo- ideologia alemã do Partido Nacional Socialista que afirmava a superioridade biológica da raça ariana e por isso a necessidade de reprimir as raças inferiores, tais como os judeus, eslavos, ciganos e negros.

Apartheid- separação - foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da grande maioria dos habitantes foram limitados pelo governo formado pela minoria branca, a legislação dividia os habitantes em grupos raciais, segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas, havia diferenças entre o serviço de saúde e de educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.

Racismo Científico- sinônimo de racialismo, conjunto de ciências que tentam comprovar a existência de raças humanas e a superioridade desta ou daquela raça.

Xenofobia- Aversão a quem é estrangeiro, ódio a quem é de outro país. Por exemplo, brasileiros não gostam de argentinos.

Iluminismo- foi um movimento cultural da elite de intelectuais do século XVIII na Europa, que pregava o poder da razão, com intenção de reformar a sociedade, foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do Estado.

Direito natural- idéia de que a pessoa tem direitos que não podem ser negados, dados pela sua própria natureza humana, aqueles que adquirimos ao nascer.

Indivíduo- Pessoa considerada isoladamente, em relação a uma coletividade, o indivíduo e a sociedade, sujeito dotado de razão e autonomia de pensamento e ação que o afasta das visões religiosas e tradicionais, as quais o ligavam a Deus e à comunidade.

Relativismo- Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos de cada lugar.

Universalismo- é uma tendência para buscar no particular conclusões generalizantes

Racismo antissemita- Ódio, horror, aversão aos judeus

determinismo hereditário- lei que buscava diferenciar brancos/as dos não-brancos/as por meio da genealogia e não da aparência. A presença de um ancestral negro/a ou indígena classificava uma pessoa como negra ou indígena, dando-lhe uma cidadania de segunda classe.

Monogenismo- teoria que afirma que todas as raças/etnias humanas são provenientes de um único tipo primitivo.

Poligenistas- teoria do poligenismo, segundo essa hipótese a origem da humanidade se deu a partir de vários lugares de forma isolada, dando origem a várias subespécies humanas.

Predestinação- O que já é destinado desde sempre, antes de acontecer já estava determinado, um destino pré definido.

Mestiçagem- Mistura, cruzamento entre diferentes grupos humanos, etnias “raças”, por exemplo, filho de um negro com um indígena, ou um branco com um negro. Todos nós brasileiros somos mestiços pois temos em nosso DNA o sangue tanto do europeu, do indígena, do negro dentre outros.

Cultura- São as manifestações humanas expressas através das artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser, sentir, pensar e agir. Todo povo tem sua cultura, não se pode dizer que uma cultura ou um tipo de cultura é melhor ou superior ao outro, não se mede a importância da cultura de um povo, toda expressão humana é importante independente de qualquer outra coisa.

Aculturação- Um exemplo é o Brasil que adquiriu traços da cultura de Portugal, da África, que juntamente com a cultura indígena formou-se a cultura brasileira. são as mudanças que podem acontecer em uma sociedade diante de sua fusão com elementos culturais externos, geralmente por meio de dominação política, militar e territorial também pode ser a interação social que resulta do contato entre duas ou mais culturas, e não apenas da sobreposição de uma cultura a outra, ou ainda quando duas ou mais culturas diferentes ou parecidas são absorvidas umas pelas outras, formando uma nova cultura diferente. Além disso, aculturação pode ser também entendida como a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida.

Etnia- É uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais, etnia compreende os fatores culturais, como a religião, a língua, hábitos gastronômicos, hábitos no vestuário, outras tradições, entre outras coisas.

Darwinismo social- baseado na Teoria de Darwin sobre a evolução das espécies que foi utilizada por Spencer para classificar as sociedades humanas em atrasadas e avançadas, primitivas e modernas, bárbaras e civilizadas, os darwinistas social defendiam a tese de que existiam raças superiores e inferiores, esse pensamento foi muito utilizado pelos governos europeus para explicar seus domínios na Ásia e na África no período do imperialismo, o que fez com que houvesse um aumento do preconceito contra os povos desses continentes, tidos como inferiores.

Antropologia evolucionista- É o mesmo que Darwinismo Social, que considerava a sociedade europeia da época como o auge de um processo evolucionário, em que as sociedades aborígines eram tidas como os mais primitivos. Para eles, os europeus eram “civilizados” e esta visão servia para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domínio de outros povos.

Antropologia funcionalista- segundo ela há um paralelo entre as sociedades humanas e os organismos biológicos porque nos dois casos a harmonia dependeria da inter-dependência funcional das partes. As funções eram analisadas como obrigações, nas relações sociais. A função sustentaria a estrutura social, permitindo a coesão, fundamental, dentro de um sistema de relações sociais.

Método etnográfico – se traduz como sendo o olhar do conquistador sobre o conquistado, ou seja, os intelectuais de origem européias querendo conhecer os diferentes povos do nome mundo, conquistado, faziam suas observações relatando sua história, cultura, padrões morais e civilizações.

Determinismo racial- Para o determinismo racial, existe uma raça superior, a branca, e raças inferiores, as não brancas. O ser humano é visto como produto de três fatores: meio ambiente raça e momento histórico. Segundo o determinismo racial é a “raça” quem determina as escolhas, as características morais e intelectuais, ou seja, os não brancos já teriam uma predisposição ao “mal”.

Antropologia social- A Antropologia Social tem como embasamento o estudo das relações e dos sistemas sociais que são próprios das diversas sociedades humanas. Esta classe de investigação se ocupa de comparar sistemas sociais no tempo e no espaço com a finalidade de verificar sua estrutura e os caracteres que distinguem cada forma de comportamento. Neste sentido, um dos fins principais da Antropologia Social é saber por que e como os homens se comportam de modo diferente segundo as sociedades em que vivem.

Descolonização- é o processo pelo qual uma ou várias colônias adquirem ou recuperam a sua independência, geralmente por acordo entre a potência colonial e um partido político, ou coligação, ou movimento de libertação.

Pan-africanismo- é uma ideologia que propõe a união de todos os povos da África como forma de fortalecer o continente internacilnalmente e promover a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano em um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na Áfricaquanto para os espalhados pelo resto do mundo.

Negritude- uma ideologia de valorização da cultura negra em países africanos ou com populações afro-descendentes expressivas que foram vítimas da opressão colonialista.

Sionismo negro- Propõe assim com no movimento internacional judeu que resultou na criação do Estado de Israel, a criação também a criação de um estado negro na África, reabilitar as civilizações africanas, restaurar a dignidade dos negros e estimular a volta ao continente africano.

Postado por Jane Ribeiro Lima

MÓDULO 3- Políticas Públicas e Raça - UNIDADE 2- O percurso do conceito de raça no campo de relações raciais no Brasil

Principais conceitos apresentados na unidade:

Democracia racial- igualdade e convivência pacífica entre os grupos raciais, era imagem que o Brasil passava ao exterior, “vendia” a imagem de um território onde não havia tensões entre grupos raciais.

Antropometria lombrosiana – é a teoria da relação entre as características físicas de um indivíduo e sua habilidade mental e disposições morais, desenvolvida pelo médico italiano Cesare Lombroso (1835-1909), segundo ele um homem criminoso teria mandíbulas grandes, pele escura, testa pequena e estreita entre outras características que nos remetem ao ser humano negro.

Lamarkismo – teoria evolucionista que se baseada em duas questões, que os seres humanos estão na direção da perfeição, partindo dos seres menos desenvolvidos aos mais desenvolvidos, segundo Chevalier de Lamarck, no processo reprodutivo ao longo do tempo, os indivíduos perdem as características desnecessárias e desenvolvem as que aproveitam.

Mestiços/as- utilizado para nomear descendentes de duas ou mais etnias ou raças. Mistura, cruzamento entre diferentes grupos humanos, etnias “raças”, por exemplo, filho de um negro com um indígena, ou um branco com um negro. Todos nós brasileiros somos mestiços pois temos em nosso DNA o sangue tanto do europeu, do indígena, do negro dentre outros.

Socialismo – princípios que pregam a reorganização social através da estatização dos bens e dos meios de produção, e de uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades para todos, fase de transição do capitalismo para o comunismo.

Racismo científico- Ciências que tentam comprovar que a raça humana está subdividida em outras raças e algumas dessas “raças” são superiores a outras.

Racismo retroativo- o não admitir ser racista, pessoas diziam que conheciam pessoas racistas mas nunca se admitiam racistas.

Racismo cordial- preconceito velado, escondido, não admitido, exposto através de piadas, brincadeiras maldosas utilizando-se da idéia de superioridade do branco sobre o negro. Por exemplo, a frase: “ ele é um negro de alma branca” para se referir a uma pessoa negra competente ou generosa, como se quisesse justificar a competência ou generosidade ou outra qualidade pela “alma branca”.
Identidade- características próprias e exclusivas pelas quais se diferenciam pessoas, animais, plantas e objetos uns dos outros, é necessário existir o outro e suas particularidades para que se possa definir por comparação e diferença as características com as quais me identifico.

Ideal de embranquecimento- ideia de desvalorização das características físicas negras e a valorização de características brancas, seria uma tentativa de “melhorar” a “raça” através dos casamentos entre negros e brancos, descendentes africanos e imigrantes europeu vindos para o Brasil substituir a mão de obra escrava africana, seria uma solução hipotética para o problema racial brasileiro através da eliminação do negro que seria assimilado pela população branca, onde a miscigenação era um processo de extinção das características negras nas pessoas.
Nação- grupos de pessoas, em geral da mesma etnia, que fala a mesma língua, com mesmos costumes, hábitos, tradições, religião, consciência nacional. É o vínculo que une estas pessoas , determinando entre elas o ideal de vida coletiva mas cada um com vida própria, interesses e necessidades particulares.

Mestiço como símbolo nacional- incorporação, apropriação dos elementos afro-brasileiros, no contexto nacional, por exemplo, a feijoada hoje é um prato nacional, o samba também foi apropriado e transformado em símbolo nacional.
Preconceito de classe ou de cor- por exemplo, quando um negro e um branco apresentam a mesma posição social, verificaremos racismo, principalmente se os dois forem concorrer para uma mesma função dentro de uma empresa, pois o branco terá muito mais chances de ficar com a vaga, pelo quesito boa aparência. Se formos comparar o “prestígio social” de um negro rico e um branco pobre, nota-se maior vantagem para o negro, o que comprova que não é apenas o fator “raça” que é importante para a aceitação de um indivíduo perante a sociedade, a situação econômica também é tão importantes quanto à origem étnica para se ter status no Brasil.

Postado por Jane Ribeiro Lima

MÓDULO 3- Políticas Públicas e Raça - UNIDADE 3- Desigualdades raciais e realização socioeconômica: uma análise das mudanças recentes

Principais conceitos apresentados na unidade:

O tema da desigualdade e da Estratificação social:

O sociólogo David Grusky afirma que estratificação social são instituições sociais que provocam desigualdades, seus itens são: os processos institucionais que definem certos tipos de bens como desejáveis e valorizáveis; as regras de posição que distribuem esses bens por intermédio dos vários postos ou ocupações na divisão de trabalho; os mecanismos de mobilidade que ligam os indivíduos às ocupações, gerando, desse modo, o controle desigual sobre recursos estimados.
Para GRUSKY, então, “desigualdade é o produto da combinação destes processos: os trabalhos, as ocupações e os papéis sociais na sociedade são combinados aos “pacotes de recompensa” que possuem valores desiguais.” (GRUSKY,1994).
O Brasil não é um país pobre, mas um país que sempre teve grande parte da sua população em condição de pobreza, mesmo que não falte recursos para combatê-la. Algumas políticas recentes de redução das desigualdades regionais, de gênero, raça e os programas de transferência de renda, desenvolvidos nos últimos anos, comprovam grandes avanços na diminuição da pobreza, mas que ainda não são suficientes para fins das desigualdades.
Segundo a antropóloga Verena Stolcke, “as diferenças de gênero, de raça/etnia, de classe são indicadores significativos da desigualdade social e interagem para reproduzir a opressão das mulheres em geral e as diferenças particulares entre elas. Para a autora, a naturalização das desigualdades sociais atua como forma de conciliar igualdade de oportunidades com a desigualdade existente, na medida em que transfere para a natureza a explicação dessas desigualdades.” (STOLCKE, 1990).

Quadro atual das desigualdades raciais no Brasil:

Para os sociólogos Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva “o processo cumulativo de desvantagens é o que caracteriza a desigualdade racial no Brasil”, acompanhado das discriminações que a população negra e parda passa no decorrer de suas vidas. Ou seja, o que determina as desigualdades raciais são os chamados fatores produtivos, por exemplo, educação e experiência, mas deve ser dada evidência aos fatores não produtivos, que são cor, sexo ou região. As etapas desse modelo são:
-Origem familiar, sua situação social, número de membros da família, sua renda, condições de moradia, escolaridade da pessoa de referência e tipo de família altera as condições de oportunidades dos membros dessa família;
-A internalização de recursos: são as condições e possibilidades nas quais crianças e adolescentes das famílias iniciam sua trajetória social, ou seja, taxas de mortalidade infantil, acesso à educação infantil e a escolarização básica;
- A autonomização de status: fase do ciclo de vida na qual o/a jovem começa a adquirir status social próprio, através de acesso ao mercado de trabalho e escolha para constituição de uma nova família;
-Realização de status: fase em que o indivíduo adquire autonomia social, financeira, quando se torna “independente” do pai e mãe por exemplo.
As condições da família são consideradas por estudiosos/as do tema como um indicativo fundamental na formação das desigualdades, exatamente por adicionar, características econômicas, sociais e culturais. O número de membros da família, principalmente o número de pessoas com menos de quinze anos, a presença ou ausência de cônjuge, o nível de escolaridade pais e mães, além da renda familiar, são essenciais para a formação de sua nova geração.
Pesquisas apresentam a composição racial da população brasileira segundo regiões e mostra a concentração da população branca nas regiões mais desenvolvidas, Sul e Sudeste e enquanto a de pretos/as e principalmente pardos/as é muito maior no Norte e Nordeste o que significa que as desigualdades regionais encontradas no Brasil construídas ao longo de sua história geram ingressos muito diferenciados das populações regionais a oportunidades que vão desde as condições dos domicílios ao acesso a educação e emprego, a população preta e parda se concentra em espaços regionais menos dinâmicos e com menor acesso à estrutura de oportunidades.

As desigualdades raciais na educação:

Estudos sobre educação indicam que crianças não brancas completam menos anos de estudo do que as brancas, mesmo quando se consideram crianças da mesma origem social ou renda familiar per capita as diferenças de acesso, permanência e finalização dos ensinos médio e superior são ainda maiores. A desigualdade educacional entre brancos e não brancos se reflete nos padrões diferenciados de inserção desses grupos no mercado de trabalho.
Entre 1999 e 2008, a dimensão de jovens estudantes cursando o Ensino Superior cresce de 22,6% para 47,2%, um crescimento expressivo.
Quanto às diferenças entre os grupos de cor/raça, observa-se que o índice inicial do período analisado (1999) é muito baixo para os grupos preto e pardo, correspondendo a 7,5% e 8,4%, respectivamente, e 34,1% para os estudantes brancos/as. Em 2008, essas taxas são 29,8% (pretos/as), 30,6% (pardos/as) e 61,7% (brancos/as). As diferenças, em termos proporcionais, entre brancos/as e pretos/as e brancos/as e pardos/as cai de quatro para duas vezes. Isso ocorre graças as recentes políticas de inclusão no sistema universitário, as políticas de cotas, cursinhos comunitários, a ampliação do número de vagas entre outras, têm produzido efeitos positivos para diminuição das desigualdades raciais.
Os dados sobre taxa de analfabetismo, escolarização e anos de estudo que, mostram mesmo havendo uma melhoria desses números para todos os grupos de cor/raça, as desigualdades entre eles ainda são expressivas, ressalta-se que tanto nas regiões mais quanto nas menos desenvolvidas continua existindo maior número de analfabetismo para pretos/as e pardos/as.

As desigualdades raciais no mercado de trabalho:

As análises demonstram que o mercado de trabalho brasileiro é extremamente heterogêneo, tanto se tratando de estrutura produtiva quanto de qualificação profissional, apresenta grande oferta de força de trabalho e baixa proteção social.
Os gráficos apresentados nos textos apresentam informações sobre a escolaridade calculada pela média de anos de estudos, segundo os grupos de idade. A importância da relação entre idade e mercado de trabalho é que quanto mais velho o jovem ingressa no mercado de trabalho melhor será sua qualificação.
Observa-se que a média de anos de estudos da população ocupada, em 2008, era 8,5 anos crescendo 1,5 anos em dez anos, o que é um resultado insatisfatório.
As faixas etárias 20-24 anos e 24-29 anos apresentam uma média de anos de estudo superior (10,5% e 10,3%, respectivamente).
Quanto às diferenças entre os grupos de cor/raça, observa-se que, apesar de ter diminuído nos últimos 10 anos, ainda há vantagem do grupo branco em relação aos pretos/as e pardos/as.
Na inserção dos grupos de cor/raça no mercado de trabalho há concentração do grupo branco entre os/as assalariados/as com carteira e empregadores/as, diante da maior participação dos grupos preto e pardo entre os assalariados sem carteira. Os/As pretos/as e os/as pardos/as apresentam distinções em relação ao grupo branco, principalmente sua maior concentração de força de trabalho nos serviços domésticos.
Essas desvantagens no ingresso de homens e mulheres negros/as no mercado de trabalho em relação ao grupo branco ocorrem, por que os brancos têm maiores possibilidades de sucesso educacional, e mesmo quando conseguem romper a barreira educacional, os/as negros/as estão sujeitos à discriminação relacionados à sua cor/raça, o que impede seu acesso trabalhos mais valorizadas, resultando é um maior número de negros/as nas ocupações manuais, menos qualificadas e mais mal remuneradas, por exemplo, prestação de serviços, emprego doméstico ou pedreiros.
Os estudos sobre mobilidade e raça, no Brasil, mostram que as desigualdades raciais aumentam a medida que subimos na hierarquia de classes no Brasil, ou seja mesmo que o negro consiga estudar tanto quanto o branco, ele tem dificuldades em conseguir as mesmas posições sociais, status que os brancos

A situação das mulheres negras na educação e no mercado de trabalho:

Analisando a taxa de analfabetismo e frequência à escola, observa-se que as oposições entre homens e mulheres, quanto à educação, têm diminuído nas gerações mais novas. No caso da desigualdade racial, há uma diminuição dos índices de analfabetismo de homens e mulheres negros/as, mas se conserva grandes desigualdades em relação aos brancos.
63,8% das mulheres brancas, 34,4% das pretas e 33,4% das pardas, cursam nível superior graças as políticas afirmativas.
No caso das mulheres pretas, elas representavam, em 1999, 74% de seu grupo cursando nível superior, mostrando uma forte distorção de gênero; em 2008, diminuiu de forma significativa, passou para 62%.
Pode-se afirmar que as mulheres se encontram mais escolarizadas que os homens. Em relação às desigualdades raciais, os padrões se mantêm, tanto entre homens quanto entre mulheres, com as mulheres apresentando um melhor desempenho do que os homens e os/as brancos/as apresentando um melhor desempenho do que os/as negros/as.

Mercado de trabalho:

Em relação às mulheres negras há avanços em relação aos homens do seu
grupo de cor e desvantagens em relação às mulheres brancas. Em relação especificamente à inserção feminina no mercado de trabalho, uma das principais tendências apontadas pelos estudos a é a constituição de dois polos: 1º há um crescimento significativo, impulsionado pelos avanços educacionais, da inserção
de mulheres em ocupações não manuais caracterizadas por maior formalização e melhores rendimentos (BRUSCHINI e LOMBARDI, 2000). No polo oposto, crescem as ocupações de má qualidade, com baixos níveis educacionais, alta.
informalidade e menor renda.
Há uma forte concentração de mulheres brancas no nível superiro de ensino, enquanto as negras e pardas se concentram no serviço doméstico, as mulheres das classes mais pobres, maioria negras, tendem a buscar trabalho nos setores de prestação de serviços e para os empregos ligados à produção na indústria, enquanto que as mulheres de classe média buscam o serviço de produção e de consumo coletivo, o setor terciário, devido aos seus melhores níveis educacionais.
Concluindo, há um grande percentual de mulheres pretas e pardas no serviço doméstico, enquanto que os homens negros estão fortemente concentrados na indústria tradicional, principalmente a indústria da construção e nos serviços gerais onde há baixos salários e um grau de informalidade.

Desigualdades de oportunidades- distribuição desigual de recursos e de oportunidades sociais.

Desigualdades de resultados- identificação das formas em que as desigualdades afetam as classes sociais diferentes de pessoas.

Teoria Econômica Neoclássica – novos modelos teóricos sobre o valor, utilidade, trabalho, produção, escassez, formação dos custos e preços, propostos principalmente pelos marginalistas, surgida na década de 1870. Para os Neoclássicos, o mais importante era o funcionamento do sistema de mercado e sua maneira de alocar recursos.

Casamentos racialmente endogâmicos- casamentos entre pessoas de masma “raça” , etnia.

Mobilidade ascendente – ascensão, elevação na escala social.

Autonomização de status - fase do ciclo de vida na qual o/a jovem começa a adquirir status social próprio, através de acesso ao mercado de trabalho e escolha para constituição de uma nova família.

Realização de status - fase em que o indivíduo adquire autonomia social, financeira, quando se torna “independente” do pai e mãe por exemplo.

Background social – procedência e espaço social das pessoas.

Postado por Jane Ribeiro Lima

MÓDULO 3- Políticas Públicas e Raça - UNIDADE 4- - Movimento Negro e Movimento de Mulheres Negras: uma Agenda Contra o Racismo

Principais conceitos apresentados na unidade

Intectuais: Elites negras – denominação dada aos líderes intelectuais dos movimentos negros, receberam essa denominação por pertencerem a uma camada social composta por indivíduos que tiveram alguma ascensão social, deslocando-se da massa de trabalhadores/as de baixos estratos sociais com pouca ou nenhuma escolaridade.

Black Power – Expressão criada pelo militante do movimento negro nos Estados Unidos, Stokely Carmichael, em uma frase que ficou célebre: “Estamos gritando liberdade há seis anos. O que vamos começar a dizer agora é poder negro”.Significa poder negro, foi um movimento liderado por negros/as, que teve seu auge no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos. O movimento ressaltou o orgulho racial, incentivou a criação de instituições culturais, provocou políticos/as negros/as para promoção dos interesses coletivos e da autonomia dos/as negros/as.

Embranquecimento social – É o processo pelo qual indivíduos negros, principalmente intelectuais, eram sistematicamente assimilados e absorvidos às elites nacionais brasileiras, ou seja, o ingresso de um indivíduo não branco ao mundo das classes médias e altas, composta em sua maior parte por pessoas de cor branca. Nesse processo de ascensão social, tais indivíduos poderiam optar por adotar e compartilhar dos valores da sociedade dominante, entendidas como pertencentes à “cultura branca”.
Soul Music – gênero musical dos E.U.A nascido do rhythm and blues e do gospel durante o final da década de 1950 e início da década de 1960 entre os negros. Significa música da alma.
UAGACÊ ou UHC – União dos Homens de Cor, organização que tem início em 1943, se estabelece na década de 1950 e se expande na década de 1960, tinha uma perspectiva de atuação social, a busca de integração do negro na sociedade brasileira através de sua “educação” e sua inserção no mercado de trabalho. A UHC buscava o reconhecimento da participação dos/as negros/as no projeto de nação brasileira. Uma de suas metas era inserir seus/suas representantes em cargos eletivos, além de atrair negros/as parlamentares estaduais ou municipais para a organização.

Neomalthusianos – O grupo de seguidores da Teoria Populacional Neomalthusiana que defende o planejamento familiar, é uma atualização da teoria criada pelo demógrafo Thomas Malthus. Para eles a causa da pobreza e do subdesenvolvimento dos países é seu crescimento populacional, sua superpopulação, elevando os gastos com as políticas sociais, esgotando os recursos naturais e dificultando investimentos em setores produtivos e consequentemente gerando desemprego.

O movimento negro- nome dado ao conjunto dos diversos movimentos sociais afro-brasileiros, surgiu no início do século XX, quando emergiram na cena pública os primeiros protestos contra o preconceito de cor nos jornais da chamada Imprensa negra e nas associações que, aos poucos, assumiram objetivos políticos em favor da integração do/a negro/a na sociedade de classes.
Movimentos sociais expressivos envolvendo grupos negros estiveram presente em toda a História do Brasil. Porém, até a Abolição da Escravatura em 1888, estes movimentos eram quase sempre clandestinos e de caráter radical, pois seu principal objetivo era a libertação dos negros cativos. Tendo em vista que os escravos eram tratados como propriedade privada, fugas e insurreições, além de causarem prejuízos econômicos, ameaçavam a ordem vigente e tornavam-se objeto de violência e repressão não somente por parte da classe senhorial, mas tambem do próprio Estado e seus agentes.

Movimento de Mulheres negras - Os primeiros grupos organizados de mulheres negras, ligados inicialmente ao movimento negro e feminista surgiram em meio as mobilizações contra a ditadura e pela abertura democrática, interessadas em dar visibilidade às suas demandas e percebendo que poderiam abrir uma agenda própria em cruzamento com o movimento antirracista e antissexista, formaram-se os primeiros coletivos de mulheres ao longo da década de 1980 e 1990, que, aos poucos, foram se institucionalizando.
Esses novos sujeitos coletivos são fortalecidos a partir de incentivos e experiências adquiridas tanto no âmbito nacional como internacional.
No primeiro, inscreve-se uma disputa por participação política em esferas civis e estatais, ampliadas no contexto de abertura institucional.
O segundo esteve atrelado aos processos de mobilização em conferências internacionais, várias delas estudadas neste Curso e, posteriormente, por intermédio de auxílios de agências financiadoras estrangeiras. As ativistas do movimento de mulheres negras procuraram, sempre, articular as esferas locais e globais de mobilização de recursos econômicos e políticos.
Se, por um lado, essas eram conquistas feministas que beneficiavam as mulheres indiscriminadamente, por outro, o movimento de mulheres negras via a necessidade de manter seu questionamento sobre a pertinência de focalizar políticas para suas demandas específicas, uma vez que,embora o sexismo atingisse diretamente todas as mulheres, sobre as mulheres negras recaía ainda o racismo, outro tipo de dominação que incidia sobre aquelas cujas características físicas afastavam-se do padrão estético branco. Esse fenômeno social exigia medidas direcionadas para coibi-lo, especialmente porque a ação combinada dessas discriminações (por gênero e raça) com outras formas de dominação e exploração (como a econômica) potencializava os efeitos negativos para as mulheres negras.
O leque de temas e demandas do movimento de mulheres negras foi ampliando-se à medida que o ativismo ganhava mais fôlego e experiência na ação coletiva. A partir do final dos anos de 1980 e durante os anos de 1990, tais mobilizações passaram por processos intensos de institucionalização.
Era a passagem dos coletivos políticos para formalização das organizações não governamentais, marcada pela profissionalização de suas lideranças, pela organização dos coletivos e pela administração das finanças destinadas à elaboração e efetivação dos projetos sociais orientados para públicos específicos. Nesse contexto, surgem organizações como: Maria Mulher, Geledés, Criola, Casa de Cultura da Mulher Negra, Mãe Andresa, Fala Preta, dentre outras.
Oferecendo desde oficinas de estética combinadas com a valorização da beleza negra a cursos profissionalizantes voltados para a geração de renda, essas organizações passaram a atuar no processo de formação de mulheres negras acerca de seus direitos, além de promoverem atividades de denúncia da discriminação racial e da violência contra a mulher e de defesa dos direitos humanos.

O movimento negro contemporâneo - A ideologia adotada pelo movimento negro contemporâneo tem características que combinam a reivindicação por direitos civis e sociais e o reconhecimento cultural. Essa nova direção política foi sintetizada por D’Adesky : “O movimento negro exerce uma ação marcada, sobretudo por um discurso que reivindica o pleno reconhecimento da cidadania do negro, baseado na preservação e valorização das tradições culturais de origem africana, na reinterpretação da história e na denúncia de todos os fatores de desenraizamento e de alienação que atingem população negra.”(D’ADESKY, 2001: 151)
A cidadania reivindicada pelo movimento negro, segundo o autor, não está circunscrita à dimensão material apenas, mas apresenta-se ainda em termos simbólicos, que dizem respeito ao patrimônio cultural. Desse modo, ela se faz tanto pela dimensão da distribuição de recursos com a finalidade de redução das desigualdades sócio econômicas que separam brancos e negros, quanto pela dimensão cultural e simbólica, lida aqui pela chave do reconhecimento da presença, contribuição e participação da comunidade afro-brasileira na construção da nação em termos econômicos, políticos e socioculturais.

A constituição de 1988, das leis à implementação dos direitos- O ponto alto da mobilização negra também se fez representar no texto constitucional de 1988. As conquistas do movimento negro, na nova Constituição, abriram uma agenda de ações para o ativismo negro, cujas demandas se voltaram para as ações de implementação de políticas direcionadas para a população negra. Isso se fez por meio do crescimento e profissionalização de seus ativistas e suas organizações civis, as quais foram se tornando as principais protagonistas de iniciativas antirracistas durante a década de 1990 .
Duas ações fundamentais deste governo devem ser destacadas, porque os impactos são expressivos para todo o território nacional. A primeira é a promulgação da Lei 10639/2003, que institui o Ensino de História e Cultura da África e dos/as Afro brasileiros/as em todos os estabelecimentos de ensino do país.
A segunda ação com grande impacto no processo de institucionalização das questões raciais,a criação da Secretaria Especial Para Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), em 2003.
Nesse sentido, entramos numa nova fase da política dos movimentos sociais. Para além das reivindicações, os/as ativistas, bem como suas organizações formam uma ampla rede de controle do poder público. Cada vez mais, o movimento torna-se incisivo na proposta de garantia da igualdade racial, não aceitando nenhuma ação que possa discriminar pessoas seja por seu pertencimento étnico, seja por suas características físicas. Com efeito, com cerca de um século da mobilização coletiva em favor da cidadania para a população negra neste país, o movimento negro moderno agora passa por uma fase que é a de fortalecer e ampliar as reivindicações em favor de políticas públicas direcionadas à redução das desigualdades, focalizadas em gênero e raça, promovendo, assim, o universalismo dos direitos sociais, sem desprezar o pluralismo existente em nossa sociedade.

postado por Jane Ribeiro Lima

Mulheres Negras em Movimento

Movimento Feminino Negro de Baixo Guandu

Objetivo da ação:

Criar uma Organização Negra Feminina em Baixo Guandu. A criação do movimento feminino negro guanduense tem como objetivo a luta contra o racismo e o sexismo, a valorização e a promoção das mulheres negras, o incentivo e fortalecimento da organização e o protagonismo das mulheres negras, por meio da formação político-social, do empoderamento e da projeção dessas mulheres na sociedade, debatendo temas como inserção da mulher negra no mercado de trabalho, cotas universitárias, moda e beleza negra.
As atividades realizadas visarão evidenciar as contribuições negras para a formação de nossa história, realização de palestras em escolas conscientizando alunos e demais espectadores sobre a riqueza da cultura africana bem como suas contribuições em nossa história, com isso evitando também o desenvolvimento do auto-preconceito em crianças negras, ou seja, da inferiorização destas perante a sociedade.
Oferecendo também às suas associadas ofcinas de estética valorizando a beleza negra com cursos profissionalizantes voltados para a geração de renda.
Essa organização atuará no processo de formação de mulheres negras a respeito de seus direitos, além de promover atividades de denúncia da discriminação racial e da violência contra a mulher e a defesa dos direitos humanos.

Justificativa:
Tendo em vista que a mulher negra sempre necessitou estar inserida na luta por melhores condições de existência, faz-se necessário a implantação do Movimento Feminino Negro, pois essa inserção se deu através de diversas formas de organização, como o Movimento Feminista e Movimento Negro, porém o movimento feminista não acolhe as questões postas pelas mulheres negras, motivando-as para uma ação política organizativa específica em decorrência da insuficiência com que são tratadas as suas especificidades dentro do movimento feminista. Assim também em relação ao movimento negro, posto que em um estão os desdobramentos de gênero e no outro não são enfatizadas as questões raciais.
A origem branca e ocidental do feminismo estabeleceu sua supremacia no equilíbrio das diferenças de gênero e tem determinado que as mulheres não brancas e pobres, de todas as partes do mundo, lutem para integrar em seu ideário as especificidades raciais, étnicas, culturais, religiosas e de classe social.
O Movimento Feminino Negro aqui proposto surge então, como forma de assegurar que as conquistas no campo racial não sejam inviabilizadas pelas persistências das desigualdades de gênero, e para que as conquistas dos movimentos feministas não privilegiem apenas as mulheres brancas.
Desta forma, o combate ao racismo empreendido pelas mulheres negras abrange também a busca por uma real inserção social nos movimentos existentes, passa a questionar as desigualdades existentes entre brancas e negras, se posiciona contrário ao discurso machista, bem como, ao discurso de caráter universalista de cidadania, que deveria contemplá-las, mas que não passava de um mito.
A criação desse Movimento Negro Feminino é mais um instrumento de luta das mulheres negras contra o racismo e suas manifestações através do preconceito e da discriminação racial e contra as contradições presentes na relação entre os gêneros, é mais uma atitude de busca de igualdade de direitos das mulheres negras.

Descrição da ação:
Será criado em baixo guandu o Movimento Feminino Negro, pois a cidade apesar de contar com Movimento Feminino e Movimento Negro, estes não atendem as especificidades das mulheres negras guanduenses.
Em um local – galpão, casa – cedido pela prefeitura da cidade se iniciarão as atividades de implantação, onde serão estipulados e documentados os coordenadores, metas, atividades a serem desenvolvidas, gastos iniciais necessários e proveniência desses custos, enfim será feito todo o planejamento do Movimento. Depois de planejado terão início as atividades oferecidas e a associação das primeiras mulheres membros do movimento.
Para seu financiamento, o Movimento contará com o local cedido pela prefeitura, mais ajuda de custo para compra de materiais, os trabalhos serão voluntários e o Movimento contará com doações das associadas e de outros meios, tais como empresas voluntárias ou mesmo qualquer outra pessoa ou entidade que esteja disposta a ajudar.
As atividades realizadas visarão evidenciar as contribuições negras para a formação de nossa história, realização de palestras em escolas conscientizando alunos e demais espectadores sobre a riqueza da cultura africana bem como suas contribuições em nossa história, com isso evitando também o desenvolvimento do auto-preconceito em crianças negras, ou seja, da inferiorização destas perante a sociedade.
Oferecendo também às suas associadas ofcinas de estética valorizando a beleza negra e cursos profissionalizantes voltados para a geração de renda.
Essa organização atuará no processo de formação de mulheres negras a respeito de seus direitos, além de promover atividades de denúncia da discriminação racial e da violência contra a mulher e defesa dos direitos humanos.

Cronograma
Para planejamento: 6 meses são necessários para o planejamento, a inserção das primeiras associadas.

Para execução: Mais 6 meses para capacitação das associadas, eleição de líderes do Movimento, definição de parâmetros de trabalho, aquisição de material a ser utilizados para ministração dos cursos, montagem, decoração, adequação do espaço a ser utilizado para reuniões, discussões, atendimentos e cursos.

A partir daí, da montagem do Movimento e a partir do momento em que essa organização estiver pronta, funcionando, não haverá um período de tempo para funcionamento, por exemplo, 1 ano de cursos, palestras, atendimentos, trabalhos, ou 2 anos, o Movimento Feminino Negro terá suas atividades ativas e constantes, até o momento que se julgar necessário para o alcance de seu objetivo.

População beneficiada:
Mulheres negras guanduenses.

Postado por: GPPGeR GRUPO 03

Existe Racismo no Brasil? O Papel da Escola


Wilmo Ernesto Francisco Junior
Químico. Doutorando em Química. Docente, Departamento de Química, Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Porto Velho, RO.

Sem dúvida, o mito da democracia racial ainda aparece inconcusso em boa parte da sociedade brasileira. Tal idéia, desenvolvida no início do século XX, com a miscigenação do povo brasileiro, aporta que a população vive em harmonia, inexistindo atos discriminatórios. Todavia, não é isso o que revelam alguns dados.

O papel da escola nos dias atuais é um assunto controverso e exaustivamente debatido. Ainda assim, o que se observa, na prática, é um dissenso tamanho, onde cada qual parece pôr em prática o que lhe convém. Para uma corrente de pensadores, o objetivo básico e primordial da escola é a preparação dos alunos para serem incorporados no mercado de trabalho. Tal ideologia permeou a educação brasileira sobretudo nos anos 70, dando propulsão a um imenso número de escolas técnicas. Uma segunda função da escola é a formação de cidadãos críticos para intervenção no mundo. Essa é a proposta presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998b). No entanto, é conhecido que grande parte das escolas, sobretudo as privadas, se preocupa realmente com o número de aprovações nos exames vestibulares.

Devido a tamanha disparidade de exigências, a escola aceita, assume e consolida as desigualdades existentes na sociedade, sejam elas de ordem social, cultural ou étnico-racial. Assumindo-se a idéia de que a escola é igual para todos, implicitamente se assume também que cada indivíduo chega onde sua capacidade e esforço pessoal lhe permitem, sendo ignorados os pontos cruciais de desigualdades impostos pela sociedade.


Dessa forma aceitam-se as características de uma sociedade desigual e discriminatória, pois parecem como o resultado natural e inevitável das diferenças individuais evidenciadas em capacidades e esforços. A ênfase no individualismo, na promoção da autonomia individual, no respeito à liberdade de cada um para conseguir, mediante a concorrência com os demais, o máximo de suas possibilidades, justifica as desigualdades de resultados, de aquisições e, portanto, a divisão de trabalho e a configuração hierárquica das relações sociais [...]. Este processo vai minando progressivamente as possibilidades dos mais desfavorecidos social e economicamente em particular num meio que estimula a competitividade, em detrimento da solidariedade, desde os primeiros momentos da aprendizagem escolar [...]. Assim, a escola legitima a ordem existente e se converte em válvula de escape das contradições sociais e desajustes sociais. (PÉREZ-GÓMES, 1998, p. 16)

Diante de tal panorama contraditório, no qual as demandas da escola parecem inatingíveis na sua completude, é que deve permear também a educação anti-racista, uma vez que não problematizar o racismo na escola é reproduzir a sociedade discriminatória.

Em estudo realizado na região metropolitana de São Paulo, Santos (2001) relata que os educadores:
(i) mesmo identificando visões estereotipadas de negros e mulheres em livros, continuavam a utilizar tais materiais sem leitura crítica; (ii) possuíam menor expectativa quanto à capacidade de alunos negros; (iii) atribuíam o problema da discriminação à família e aos próprios negros, por se conformarem com a exclusão e não lutarem por seus espaços. Visão
similar não é incomum na maior parte das escolas brasileiras.

Em um belíssimo trabalho, Cavalleiro (2005) pesquisou três escolas públicas de Ensino Fundamental também na cidade de São Paulo. Tal estudo envolveu professores, coordenadores pedagógicos, diretores, funcionários operacionais, alunos e familiares. O estudo conclui que os profissionais envolvidos no processo de escolarização apresentam um pensamento no qual:
. A existência de racismo é negada;
. Não se reconhecem os efeitos negativos prejudiciais do racismo para os negros;
. Não se reconhecem aspectos negativos do racismo também para os brancos;
. Não se buscam estratégias para a participação positiva da criança negra, mesmo que se reconheça a existência de atos discriminatórios.


No que tange a esses aspectos, a criança que sofre discriminação não encontra apoio nos profissionais da escola. Em outro estudo de Cavalleiro (2001), agora com alunos de pré-escola, a autora relata que, mesmo quando uma aluna foi explicitamente discriminada por meio de ofensas verbais, a professora nada fez. Tal atitude sinaliza, para o opressor, que a ação pode ser repetida. Nesse sentido, Freire alerta: “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão” (2005, p. 90).

A escola, embora diante do conflito de objetivos, deve favorecer a discussão e problematização por meio do diálogo e do questionamento das questões raciais. Torna-se um instrumento poderoso na prática educativa anti-racista. De acordo com Santos (2001):
tratar da discriminação racial em ambiente escolar não significa ajudar a criança negra a ser forte para suportar o racismo, como se apenas ela tivesse problema com sua identidade, com sua auto-estima. Faz-se necessário corromper a ordem dos currículos escolares, que insistem em apresentar a produção cultural eurocêntrica como único conhecimento científico válido. (SANTOS, 2001, p. 106).


Ao mesmo tempo, Pérez-Gómes (1998, p. 24) alerta que: “a igualdade de oportunidades não é um objetivo ao alcance da escola. O desafio educativo da escola contemporânea é atenuar, em parte, os efeitos da desigualdade e preparar cada indivíduo para lutar e se defender, nas melhores condições possíveis, no cenário social”.

Diante de toda discussão, emerge uma só certeza, não mais prescindir um tema de tamanha relevância. Há a necessidade de se superar a situação opressora. A meu ver, o primeiro e contundente passo é desvelar as diferenças, valorizando-as como forma integradora dos diferentes povos, nações e grupos sociais, com direitos iguais de acesso aos bens e serviços de que a sociedade dispõe. Para tanto, alguns pontos importantes devem ser levados em consideração na educação, que tenha, também, como um dos pilares sustentadores o combate ao racismo. Com apoio em algumas idéias de Cavalleiro (2001), listam-se, a seguir, algumas questões que devem perpassar uma educação anti-racista:
. Reconhecer a existência do problema racial na sociedade brasileira;
. Buscar permanentemente a reflexão sobre o racismo na escola e na sociedade;
. Não conceber qualquer manifestação de preconceito ou discriminação e cuidar para que as relações interpessoais sejam respeitosas;
. Considerar a diversidade presente no ambiente escolar e utilizá-la como forma integradora, encorajando a participação de todos;
. Fazer uma leitura crítica da História Brasileira, mediante a qual seja possível mostrar a contribuição de diferentes grupos na construção de nosso país;
. Buscar materiais que contemplem a diversidade cultural e étnico-racial, bem como aspectos da África que auxiliem a construção de um currículo menos etnocêntrico;
. Pensar meios e formas em que a educação contribua para o reconhecimento e valorização da diversidade cultural e étnico-racial brasileira;
. Elaborar ações que propiciem o fortalecimento da identidade e auto-estima de educandos pertencentes a grupos discriminados.

Diante dos expostos percebemos que na escola encontramos os meios necessários para o conhecimento da história dos povos africanos no Brasil, o fortalecimento da cultura étnica-racial dos mesmos e a integração entre as crianças e adolescentes para a equidade racial, o multiculturalismo e a importância da diversidade na escola e na sociedade.

Texto na íntegra encontra-se no site: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v14n3/a03v14n3.pdf
EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: REFLEXÕES E CONTRIBUIÇÕES POSSÍVEIS DO ENSINO DE CIÊNCIAS E DE ALGUNS PENSADORES

Postado por: KÉSIA KARLA PAIVA SILVA

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Felizmente, o racismo não me atinge", diz Miss Universo 2011

A angolana Leila Lopes superou a brasileira Priscila Machado e foi eleita a mulher mais bela do mundo
Foto: AFP

Única mulher de pele negra entre as semifinalistas do Miss Universo 2011, a angolana Leila Lopes, vencedora do concurso, disse na coletiva de imprensa realizada logo após o evento desta segunda-feira (12), no Credicard Hall, que não entende como algumas pessoas ainda conseguem ser preconceituosas nos dias de hoje. "Felizmente, o racismo não me atinge, pois são as pessoas racistas que tem um problema. Devemos nos respeitar, independente do sexo, cor ou classe social".

Atualmente morando em Londres, a nova Miss Universo revelou ter sido a timidez o principal obstáculo enfrentado na disputa. "Sempre pensava, 'não vou conseguir encarar o público'. Talvez não parecesse, mas no palco eu olhava para as outras candidatas e pensava, 'elas são tão soltas, será que consigo ser assim?'".
Leila, 25, disse que só se inscreveu no concurso por insistência de conhecidos, pois sua vergonha jamais lhe permitiria participar dele por conta própria. "No Miss Angola-Reino Unido, um amigo me disse que, se eu tivesse a mesma postura, seria a Miss Universo. E sou", afirmou emocionada.
Sobre o segredo para ganhar o concurso, Leila não hesitou e disparou: "meu sorriso é minha arma". "Uso meu sorriso para contagiar as pessoas. Consegui transparecer minha alegria. Consegui mostrar que consigo me divertir, apesar da competição", garantiu, com um daqueles sorrisos que só ela sabe dar.
Leila contou ainda que pretende continuar com seus projetos contra o HIV e ajudar idosos e crianças necessitados de seu país, algo que já fazia antes mesmo de sonhar em ser a mulher mais bonita do mundo. "O universo precisa da minha voz, vou poder ajudar muita gente", opinou.
"Me sinto muito orgulhosa de ser a mais bonita do mundo. Não por ser linda, mas por poder ajudar a todos", disse, antes de agradecer aos amigos da organização do concurso e as outras misses, que passavam animadas, gritando "Angola", enquanto a coletiva acontecia no palco do Credicard Hall.
Nervosismo
Leila Lopes não hesitou na hora de escolher o momento em quem ficou mais ansiosa. "No Top 5. Pensei: 'agora tenho a oportunidade de mostrar para o mundo que a Angola é capaz!'", afirmou.
"Eu era apenas uma estudante de Angola, que sonhava em ir ao Reino Unido. Não gostei de lá por causa da comida e do país em geral. Mas sempre falava para mim mesma: 'é a vida que eu escolhi'. Eu sempre quis estar aqui, onde estou", disse.
Antes de se despedir, mandou um recado ao seu povo, emocionada: "Angola, muito obrigada por ter acreditado em mim".


NATHÁLIA SALVADO
Direto de São Paulo

13 de setembro de 2011 • 01h54 • atualizado em 28 de setembro de 2011 às 10h21
Fonte: http://diversao.terra.com.br/tv/miss-universo/2011/noticias/0,,OI5345772-EI18486,00-Felizmente+o+racismo+nao+me+atinge+diz+Miss+Universo.html

postado por Jane Ribeiro Lima

Miss Universo 2011 sofre racismo em site que ostenta suástica nazista

Angolana Leila Lopes foi xingada de 'macaca' e 'filha do King Kong' na web.
Negra que venceu em SP sofreu ofensa racista de adoradores de Adolf Hitler.
Instantes após vencer o Miss Universo na noite desta segunda-feira (12), em São Paulo, a angolana Leila Lopes, de 25 anos, passou a receber ofensas racistas na internet pelo fato de ser negra. Mensagens em português e em inglês postadas num site internacional que se define nacionalista branco e possui adeptos do ditador nazista Adolf Hitler compararam a ganhadora do título de mais bela do mundo a uma "macaca". A brasileira Priscila Machado, 25 anos, que ficou em terceiro lugar, também sofreu insultos, sendo chamada de "crocodilo".

Trechos de mensagens racistas contra nova miss universo postadas por membros de site investigado por suspeita de ligações com grupos neonazistas (Foto: Reprodução)

A miss Ucrânia Olesia Stefa, de 23 anos, segunda colocada no concurso, foi "garfada" na opinião de alguns dos participantes dos fóruns de discussão "Miss Universo 2011" e “Angolan negress crowned Miss Universe” (Angolana negra coroada Miss Universo, numa tradução livre do inglês para o português) do Stormfront (frente de tempestade).

“Angolana? Depois falam que não é resultado arranjado, é pura cota, podia por uma macaca para competir que ganharia também, foi totalmente aleatório mas tinha que ser uma das pretinhas, pela mor... Alguém assistiu essa porcaria? Serio?”, escreve um integrante da comunidade brasileira do site a respeito de Leila receber a coroa e a faixa. O autor do texto acima utiliza o símbolo da suástica nazista abaixo de um pseudônimo.

Outro membro escreveu em inglês “monkey in a dress? absolutely revolting” (macaco em um vestido? absolutamente revoltante) abaixo da foto de Leila.
O Stormfront já é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de ligações com grupos neonazistas que promovem ataques a negros, judeus, nordestinos e imigrantes no estado. De acordo com investigadores, os responsáveis pelas mensagens usam apelidos por medo. Caso sejam identificados, podem responder por crime de injúria racial. Mas para isso, é necessário que as vítimas prestem queixa numa delegacia.
Leila Lopes recebe coroa de Miss Universo
(Foto: Reuters)

Sobre a brasileira Priscila Machado, um membro diz que ele se parece com um réptil. “Vou secar a brasileira e angolana. Mulambenta dos infernos. A brasileira parece um crocodilo sorrindo, e a angolana um poste de luz. HORRENDAS”

Outro stormfronter, como os membros do site se referem um a outro, alega que as mensagens postadas no site não são ofensivas e não incitam o preconceito. “Até porque não estamos pregando a intolerância/ódio, apenas nos divertindo com a situação. Sabíamos que ia acabar em várzea...”, diz um participante.

Caso sejam considerados culpados, os donos dos comentários podem ser condenados a penas de reclusão de 1 a 3 anos. Como a punição é de menor potencial ofensivo, ela pode ser convertida em pagamentos de cestas básicas ou prestações de serviços comunitários.

'Filha do King Kong'
“Confesso que nem assisti, pois já imaginava o que viria a acontecer. Agora só falta Hollywood chamar a vencedora para fazer o papel da filha do King Kong”, afirma outro integrante na página do Stormfront sobre a nova miss Universo. Este diz morar em Santa Catarina.

Outro membro se mostra revoltado ao afirmar que a escolha de uma negra, na opinião dele, é uma ofensa às europeias. “Sabia que ia dar preta... como um Miss Universo no Brasil não escolheria uma preta? E olha que cara horrível, cabelo repulsivo, como conseguem escolher uma coisa dessas? Eu me indigno, não com os jurados, que são comprados para promover tais afrontas a cultura europeia, mas sim com as ovelhas que assistem isso e acham normal”, diz um participante que afirma morar no Rio Grande do Sul.
Sobre a brasileira Priscila Machado, um membro diz que ele se parece com um réptil. “Vou secar a brasileira e angolana. Mulambenta dos infernos. A brasileira parece um crocodilo sorrindo, e a angolana um poste de luz. HORRENDAS”

Outro stormfronter, como os membros do site se referem um a outro, alega que as mensagens postadas no site não são ofensivas e não incitam o preconceito. “Até porque não estamos pregando a intolerância/ódio, apenas nos divertindo com a situação. Sabíamos que ia acabar em várzea...”, diz um participante.

Reincidente
Alguns membros demonstrando que não sofrerão punição alguma fazem piada a respeito dos posts racistas e como eles seriam abordados pela imprensa. Essa não é a primeira vez que o Stormfront causa polêmica.

Na semana passada, o site, que usa a web para reunir grupos de intolerância, xingou as candidatas negras ao Miss Universo com palavras racistas. Oitenta e nove representantes de diferentes nacionalidades, ascendências e misturas raciais disputaram o título.
Também houve insultos às europeias, colocando em xeque o "grau de pureza" racial das garotas, levando-se em conta a opção religiosa delas. Havia outros questionamentos se elas são realmente brancas pelo fato de algumas não terem olhos azuis e cabelos loiros. Procurada, a assessoria de imprensa da organização do concurso não quis comentar o assunto na semana passada.
Os ataques racistas também foram feitos em inglês. Neste comentário, o autor escreve: 'macaco em um vestido? absolutamente revoltante' (Foto: Reprodução)


O G1 não conseguiu localizar a miss universo Leila Lopes nem as misses do Brasil e da Ucrânia para comentarem o assunto.

Em entrevista coletiva à imprensa, realizada na madrugada desta terça (13), Leila chegou a ser questionada sobre o preconceito racial. Em sua resposta, a miss Universo, que não foi indagada a respeito das mensagens ofensivas que sofreu no site Stormfront, afirmou: “acho que pessoas preconceituosas é que precisam procurar ajuda, porque não é normal, em pleno século 21, alguém ainda pensar dessa forma”.
Procurados pela equipe de reportagem, os organizadores do Miss Universo afirmaram que não iriam falar sobre os novos ataques racistas, dessa vez, contra Leila.
Em julho, a brasileira Silvia Novais, de 24 anos, eleita Miss Itália no Mundo 2011, já tinha sido vítima de racismo dos mesmos ‘nacionalistas’ do site contrários à escolha dela pelo fato de a modelo ser negra. O G1 publicou reportagens sobre o caso. Ela havia vencido o concurso na Europa como a mais bela descendente de italianos. Seu bisavô materno nasceu em Florença. Num dos insultos, ela foi xingada em inglês de "negra nojenta". Procurada, a miss lamentou as ofensas, mas não registrou queixa na polícia.
Investigação
O Stormfront e seus membros são investigados há alguns anos pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta brasileiros. O grupo foi criado na internet nos Estados Unidos no início dos anos 1990 e arregimentou muitos paulistas. Segundo a polícia, para difundir a manutenção e expansão da raça branca, seus integrantes combinam ataques a negros, judeus, homossexuais, nordestinos e imigrantes ilegais.
Apesar de informar na sua página que a comunidade não é neonazista, racista, homofóbica e intolerante, há citações e fotos de oficiais de Hitler, suásticas e símbolos nazistas.
Stormfront
O G1 não conseguiu localizar os responsáveis pelo Stormfront para comentar o assunto. Eles não usam seus nomes verdadeiros e se escondem por trás de pseudônimos para não serem identificados, segundo a polícia.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/09/miss-universo-2011-sofre-racismo-em-site-que-ostenta-suastica-nazista.html
Postado por Jane Ribeiro Lima

10 Maneiras de contribuir para Uma Infância sem Racismo

Salto para o Futuro
Anexo da Edição Especial: O Impacto do Racismo na Educação



1. Eduque seus filhos e filhas para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento. E o respeito ao próximo está em primeiro lugar.

2. Palavras, olhares, piadas e algumas expressões podem ser desrespeitosas com outras pessoas, culturas e tradições. Indigne-se, e esteja alerta se isso acontecer!

3. Não classifique o outro pela cor de pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.

4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente.

5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa junto ao conselho tutelar, às ouvidorias dos serviços públicos, da OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência.

6. Proporcione aos seus filhos e filhas a convivência com crianças de diferentes raças e etnias. Valorize o comportamento sem preconceito e respeitoso e oriente-os sobre o que precisam melhorar.

7. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.

8. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar esta postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.

9. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas escolas do país, as crianças e adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população
negra e sobre como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a adotar também essa postura.

10. Participe dessa Campanha e contribua para uma infância sem Racismo. Acesse o site www.unicef.org.br ou siga o UNICEF no Twitter: @unicefbrasil e acompanhe o tema da redução do
impacto do racismo na infância e na adolescência. Divulgue para os seus amigos! Valorizar as diferenças na infância é cultivar igualdades!

A Educação das crianças começa em casa, na família e segue na escola e na sociedade. Pais e mães preconceituosos, machistas/sexistas, racistas, homofóbicos passam essa discriminação para seus filhos e filhas. Então vamos ver o mundo com os olhos da equidade racial!

Postado por: Késia Karla Paiva Silva